quinta-feira, 23 de junho de 2011

Noutro blog:
http://versosenarracoes.blogspot.com/

domingo, 3 de abril de 2011

Secreto Aprecio

Branco,
o corpo, formas,
o rosto
traçando a cor dos olhos,
redondos.
Olhares,
confidentes,
cobrem e logram por dentro.
Um do outro,
sem nome, jeito,
sem saber-nos.
Pulsar, o átrio,
trêmulas mãos,
medida impune do alento.

sábado, 26 de março de 2011

Pintura, Desenhos e Letras.

A tarde,
fadiga entornada,
calor e água.
O sol queimando tua retina,
pupila dilatada,
a cor dos olhos manifestando-se mais clara.
Castanha.
E por dentro da solidão grosseira do ar que remete
um poema,
à margem, à risca, para levar a mim mensagens infinitas.
Um tom em dó,
e a tarde pondo-se a descansar na aquarela noturna.
- Ela elogiou. Simplesmente. As pessoas não fazem isso. Saí mais convincente de mim mesmo.

domingo, 13 de março de 2011

Idealize!

Saia de si,
grite,
escancare o teu sonho.
Deixe-o agir, transmitir.
Faça a diferença dentro da indiferença.
- Vou gastar dinheiro com alegria.
- Isso! Faça-o, então.
Deixe-o agir, transmitir.
Sem valor ou não. Quem somos nós para julgar o ar que apazigua o inventor dele?
Se fores utopia ou não, estado de motivo, solidão.
Saia de si,
ideais são motivos de força e persistência.
Os olhos criam-se sozinhos,
vivenciam o mundo e se fortalecem.

sábado, 5 de março de 2011

A canção dos homens é a mesma.
A dor é a mesma.
E o coração sente a hora que chega o ato de tentar.
A minha vida constroi-se como um amontoado de sensações estranhas.
Não tenho medo disso. Somos guerreiros.
Meu amor amanhece afável as todas manhãs saudoso.
É adorável o caos.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

É na superfície da noite que a alma branca salta sobre as vísceras dos olhos, enquanto uma sensação de liberdade que bate no rosto pelo vento das sete horas faz adormecer as pálpebras leves. A brisa que há nos fins de tarde, bem aqui, eleva na cor das nuvens nenhum desejo, motivo. Faz brotar no ar um suspiro longo, determinado e sem destino. Tenho um caminho enfim. E dele faço o aguardo, o sorriso, a realização dos astros.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Prece

Que quando acabarem os vestígios de ar,
grite longe a cor da noite,
para que amanhã o dia provenha menos rude.
Que as flores brotem na sintonia da manhã o cheiro do mundo,
o cheiro do mundo mais ameno.
Que o Bom Deus amenize a dor do teu corpo, alma e coração.
Que mesmo na distância de um amigo amado, propago o afastamento desses males.
E só.
Deus, iluminai.
Durma com Ele, que eu fico também.

- Ver o amor como um abraço curto pra não sufocar. (Bilhetinho Azul - B. Vermelho)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Mãe

Pois qualquer solidão que entra, entra devagar.
E minha mãe sorrindo, cantando, faz brotar no meu céu um sorriso pacato. E quando a gente chora à noite tremendo e angustiada, ela faz renascer os meus sonhos sem saber.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Então a gente saiu correndo, dobrando a primeira esquina com o violão nas mãos, desafinando com o toque do vento ligiero. Duas da manhã, os dois e eu com os cabelos arrepiados, correndo dos caras. Olhamos uns para os outros e demos uma boa risada, como bons amigos fazem e sentamos na sarjeta em frente ao teatro, perto da brisa do mar. Cheiro do mar. Aí ficamos ali mesmo, ecoando vozes mesclando a minha com a deles. Nem vi o sol nascer, dormi num banquinho, escutando somente eles, e lembrando de como é bom correr com emoção e amar sem razão as coisas simples. Lembrei deles também, gente que só com sorriso abranda meu coração. Manhã clareou uma saudade, que eu senti as mãos enxugarem as lágrimas bonitas.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Aquele Menino da Rua

Choro ágil,
febrio,
suplantado no ar dentro de um corpo magro,
jovem e fraco,
num choro ágil.
Vazio extenso no estômago?
Ou carregado de outra vontade destruidora?
Amedronta e faz brotar da juventude uma flor desbotada
E assemelhando-se ao caos de outra esquina
Morrem delicados
Com o corpo estatelado com cicatrizes no rosto
E tantas lágrimas.
Não vou gritar
Nem fingir que é normal
Tanta gente que vai e vem com as mãos cheias,
tanta gente que fica e deserda no mesmo chão.
Não vou fingir que é normal
Nem mesmo que a minha solidão seja esta mesma:
Olhar com carinho,
morrer sem destino,
num céu isolado, meu e de mais alguém.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Minha doença são estes pensamentos simultâneos, sem acordo, que se distribuem feito estrelas num céu noturno. Caem elas sobre o corpo e aterrorizam meus encantos. Tô doente, nos tempos que choro, quando a sensação de pureza dos homens desaparece por um instante de dentro de mim. Tô sorrindo feito uma criança que sente o coração crescer, com medo. O tempo é efêmero, sem cuidado, sem que percebas ele toca teu rosto e te surpreende exato. Assim como a sensação do toque do vento, breve e sensitivo. Vou deixar que meu coração rompa as barreiras dos desejos, e concentrar meus olhos naquilo mesmo que dói. Que posso eu fazer se minha sina é corromper-me junto às estrelas solitárias?
- Alguém me traz uma sombrinha? Meu tempo é curto. Tenho medo da minha própria doença dilacerando docemente meu sorriso. Amor é amor.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Os Lábios Cortados


Você saiu da sala com as mãos frias, com medo,com a sensação de enterro dos olhos. Não foi do corpo. Senti teu espírito miúdo, desaparecendo, enquanto eu gritava por dentro uma ilusão desnecessária. Dexei-te sorrir ainda o último sorriso lindo, às quatro da tarde, com um abraço límpido e torturante. Depois maltratei. Foi sem querer, absolutamente sem querer que me dispus na tua vida, alma e corpo. Maltratei com uma única passagem de palavras soltas e tremidas. Meus lábios tremiam - sempre tremem no nervosismo sincero. Caí no chão, chorando, com a culpa da sensação de te retirar o singelo canto que eram seus olhinhos.
Você saiu da sala com as mãos frias, chorando também, sem dizer nada, com o rosto escondido nas almofadas. Foi embora sem fechar a porta, sem me olhar nos olhos. Morri um pedaço. Não consigo confirmar a paixão que assola e amortalha a mente. A minha vive na vida de outra. Deprimência. Tô largando tudo de uns tempos pra cá. Tudo e um pouco mais. Adeus também. Ou não.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Antes da viagem

Pensava em escrever qualquer sensação de saudade, ou tudo o que eu queria te dizer. Sei lá para quem... Mas hoje o sol bateu forte nos olhos, clareando e dilatando as pupilas de uma maneira que doeu. Juntei as linhas e as pus numa caixa de madeira no quarto. Guardadas.
- Quero gastar hoje, minha solidão, com os meninos, enquanto o sol esquenta e faz brotar nossos sorrisos feito crianças, sem se importar com o calor que tira a sensação de doçura do dia. Saí, um deles despediu-se com um beijo nas mãos, o outro suspendeu-me pra estalar a raiva. Amigos são mesmo divinos sorrisos de Deus.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Nuca
Dor
Pesando
Coração devorado
Ansiedade brusca
A nuca dói
Tanto
Choro
Dor movida a lápis
Desencanto

Corredeira nas escadas
Violão desafinado
Alguém me traz uma sombrinha?
Tô indo embora sem os olhos mudarem de cor
Com o coração descompassado como antigamente

A Nunca ainda dói
E o rim,
meu fantasma.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Li na víscera das horas escassas da madrugada o caos que aquela moça estava sentindo firmar-se por dentro de si. Achei-me, tão curiosamente, parecida com sua sensação.
A paixão adormecida dentro de mim voltou seca. Ela estava decentemente me mostrando, sem me conhecer, como eu poderia estar, como eu poderia ser. Li - a nas horas escassas da madrugada, aflita, com os olhos baixos.
Caos de lá, caos aqui. Era tudo o que eu queria saber sobre. A paixão adormecida dentro de mim voltou seca. Sorri com os olhos amanhecendo com as rugas doloridas por amar demais. Qualquer tipo de "testa de ferro". Era o que parecíamos.
Aquela moça concluiu a base do meu sonho separado da realidade, de alguém que sabe o tempo confuso de continuar. Continuar na peleja da paz acesa dentro do coração.
Sinto tanto, e desse estado faço poesia. Desenho olhares. Grito bem alto.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sem inspiração.

Mas sempre que eu tento falar de amor... Perco-me. Sobre mim, sobre eles. Perco-me. Extraio da retina um sorriso. É a minha retina,é meu o sorriso. Não é seu.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cansei-me destes prantos que amolecem meu coração,
desses planos aos quais se fazem e jogam tudo às estrelas mortas.

Estou com um cansaço do meu canto,
das mentiras em encalces de uma verdade que sempre morou nos meus olhos,
enquanto morria com o tempo essa paixão que entra no peito.

Sinceramente,
não tenho tino nem sorte para que esta paz me encontre,
e sou sempre convencida de um crime que me fazem, até meio que sem querer.

Deixa pra lá,
pois esta solidão antiga que me move anda suplanta quase em tudo.
Eu fico,
eles vão.

Amores são canções,
e em mim se acabam por algum tempo.
Minha perdição começa. Agora. Não sei pra onde vou, nem mesmo o que fazer.

- Canção.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Qualquer Realidade


Vou começar a entrar nas suas gavetas,
manhãs e solidões.
Arranhar seus braços com as unhas de um outro alguém,
enquanto debruça-te com medo da lareira que acende ao pé da cama.
Vou começar a entrar nos teus anseios,
premências do que há de verdade nos meus olhos.
Vou entrar com um ar de um ser desvairado e sem perspectiva
Dentro de ti