domingo, 30 de maio de 2010

Inevitavelmente pensar no sopro que lampeja nossas costas
Sopro este que danifica as forças
E rompe a fé ante o acaso que corre longe
Meu coração é um órgão inútil que eu não desmereço
Mas padeço ao encanto que requer doar-se
Eu não o quero. Não desta maneira.
A liberdade é minha mais mestre amiga. Minha amante.
Vivo de ir e vir
Nunca mais estive de acordo com o que se espera
Parece que nada por aqui pertence-me
Embora eu ame a aurora do sol
Que acalma a tarde e o céu
Pintados como num quadro
Vasto de riscos coloridos que desabrocham os olhos meus
Sedentos e calmos e amigos e sorridentes
Maravilha divina que o mistério de entendê-la foge-me das mãos

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mais do Mesmo

Entristece-me esta constante competição de posses e posses
Abalo-me o coração
E este correndo cansado retrai-se
- Aqui eu não me acho.
Então, ficam colhendo flores ao lado de fora.
Onde, infelizmente, não estamos. Eu gostaria de estar.
Perde-se os dias, as horas, as estações e as pessoas.
Dá dor de ver minha liberdade reprimir-se
Todos os dias o vento concede sua mão à minha
Ainda não é necessária para todas as curas
Necessito que me busque de vez dessa loucura que mata

sábado, 15 de maio de 2010

Florzinha

MInha florzinha que se desenrola num gracioso riso
Aquele que envolve o círculo por onde ele se desloca
Tão inocente e apreciável diante da marca de nossa decadência humana
Minha florzinha. Ela é só uma criança que adora brincar com as mãozinhas nas minhas.
E corrompes com demasia minha alma na sincronia de uma poesia que encanta e acata as dores
E vão levá-la de mim para outro círculo de histórias
E estaremos nós a cá com a saudade de uma flor pequenina
Que alimenta só o bem que as crianças nos passam
E nós a amamos com o coração tão autêntico, que ao vê-la ir pensando em nós...
Choro, choro, choro.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Eu tinha um amigo. Mas aí ele foi embora. Foi! Sei não, mas nem o vi mais. Não sei se ele volta das montanhas gélidas com um dos pedaços do meu coração. Mas sei que ele arrancou da raíz sem pena e dor, como se nada fosse ocorrer. Eu nao sei, mas viramos um caos. E nada poderia ter sido feito dessa maneira. Nosso amor sempre foi um desastre, amor múltiplo, de ninguém, amor de amantes, mas sem calor, sem paixão, sem desespero. Aí tudo revoltado aqui e agora. Somente a minha tristeza.

domingo, 9 de maio de 2010

Dentro de si

Eu preciso que tu me deixes só por um instante inacabável de dores que torturam os nossos lábios. Não me entorna aqui, não bate a porta que se fecha no brandir da noite. Eu estou com os olhos debruçados em eternos papéis de letras propícias ao amor que me desabrocha a toda década de anseios. Parece até com o fascínio de perecer com os braços abertos, mas entorpecentes da solidão divertida. E acostuma-se a esta vida. Não tenho nada salvo, embora corram os pés meus às ondas amenos e singelos, feito as peles suas. Corromper-me é minha ação. E não há ninguém para perdoar meu amor demasiado.

sábado, 8 de maio de 2010

Letras Compartilhadas


Vibraste à sombra quente que te ofegou serenamente à freme precisa de teus atos
Debruçando no leito azul das terras tuas mãos frenéticas
Em aromas certeiros sob tua face embaraçada
Sob a tua boca vermelha, teu olhar distante, sereno, olhando pontos serenos ao ar.
- Olha!
- Só sao vistas por ti. Elas pousam em ti.
São só fantasias ao redor das formas tuas. É presente meu senti-las. Pousam como aves à sombra da liberdade.
E o silêncio, que te lembra, tão sereno, doce. Aquele ar que te toca te usurpa! É o mesmo que timidamente encosta em mim. Migrando teu aroma, das gotas que caem dos teus dedos.
Orvalho de uma manhã de sol raivoso tomada pela ira da tua beleza
Volúpia! Deslumbre! Carregas contigo a poção da felicidade, pequena andarilha suja de tinta amarela. Deusa do sol, roubaste o lugar do astro, do dono do dia. Tomaste p si o calor.
E todo o resto das forças divinas à base dessa tua beleza triste e afável. Aceitando-te a própria alma no lugar da minha.
Mórbida leveza tuas plumas pintadas de cores tuas. Próprias e invisiveis. Eu as vejo. Vejo o amrarelo amigo que me cega.
Faça-me às tuas formas inviaveis. Dobre-me, contemple-me, use-me como um jardim próprio teu ao qual possas dançar à noite celeste.
Deitar ameno ao ar, sobre minhas flores, sentir as rosas que tu cultivaste, o sol que tu moldaste, banhando tua pele, teu cabelo tuas maos douradas tocando o topo das montanhas, da vida. Da minha vida
Com a leveza de alguns dedos azuis feitos de frestas delicadas comparaveis ao te tocar os cabelos, a embaraçar-te a face em emblemas sorridentes.
Timidez embriagante, doce, jovem. Belo ser que me enfeitiça, deixa-me as náuseas por maior ansiedade em ti, por teu olhar.
Olha aqui para este ser que está a te olhar
Por entre o vidro da tua janela...

Porque eu não sei dizer poesia quando tudo se parece com ela.

Adentram-me faíscas misturadas às rosas perfumadas... E dá pra tocar sem se machucar tanto. Não são letras minhas. São nossas.

sábado, 1 de maio de 2010

Cíclico

Eu
de Abreu
Sangue forte
Que corre
Envolto às veias
Sou eu
Um nato ser de Abreu

Meus Olhos de Ressaca da Noite Passada

Ta qual um corpo que adoece
Emerge!

o que me houve foi a evasão da palavra minha
Em tons e riscos clareados
Mas nunca ousei dizer
Em hipótese convicta minha poesia breve e tímida
como desta forma vez
Loucura que desvairou sentidos célebres
Enquanto me gritavam e amarrotavam minha roupa
Nem se quer escutava-os
E o feito, logo, um caos transbordando ao corpo
o freme, o queixo, pés frios
Vômito no pano da cama
E uma flor a ti do outro lado da zona

Larga tua garrafa
Que eu largo a minha