terça-feira, 29 de setembro de 2009

Melodia


Dá-me um acorde de dó...
Enquanto os pássaros acompanham a melodia
Enquanto toco nos ares minhas mãos
A sujá-las sobre os perfumes das flores

Dá-me um acorde de lá...
Enquanto transcende em meus ouvidos essas formas
Então suaves, sensíveis, frágeis, afáveis -plurais de bondades-
Como as cordas vibratórias

Dá-me um acorde de si...
Meio descompassado
Embriagado como os meus sentidos
Para que me faça abrigar sobre as redondezas infinitas
Da alma
Levando algo em minha mão direita

Sem pretensão de largar

Dá-me um acorde em dó...
Dá-me o compasso certeiro!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009


Um alarido!
E minha alma volveu-se de luz novamente.
Sempre que esta feição alva me tocar. Assim será.
A sombra escura que outrora consumia-me desapareceu tão emblemática.
Parece que senti 'a alma sensível' adentrar-me com sincero afeto.
Florestas alvas, flores falantes, sorrisos constantes. Sonho. Borboletas.
E pairavam seus cabelos belos ao vento, sentindo deveras a liberdade da alma.
'Verde alvo'.
Melodias ecoam ao longe por sentir-te a sensibilidade afável como as nuvens andantes.
Lúmen, forte lúmen desvairado nos meus olhos. Eu gosto de senti-lo, gosto de estar perto das verdes paisagens.
'Tempo nublado, na serenidade das almas, sinceras, afáveis, delicadas, sensíveis. Tarde chuvosa sem cinzas alguma.'
Sentir é estar perto em sintonias. É escutar a voz verde luz.

Carolina.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Carta


Não. Eu não sinto nada. Só um imenso vazio pendurado no meu peito.
E uma vontade de vomitar. Na minha própria cara!
Ele integra um ar agoniado, nostálgico, que me mata decentemente.
Merda!
E os meus travesseiros ficaram molhados na noite de chuva
Em que meu espelho quebrou-se sem que eu pudesse tentá-lo reconstruir.
E um grito, como uma criança, estalou da minha boca.
E nada, absolutamente nada saiu dela.
Não tinha braços, nem pernas, nem cabeça.
Só olhos dilacerados, buscando alguma luz.
Só lembrança sincera. Dor terrível.
E medo. Medo de não encontrar mais poesias na minha vida.
‘Não quero mais descrever. Não me peça, por favor.’

Carol de Abreu

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Eu vou deixar-te roubar os meus os olhos,
o meu veneno que sacia tuas veias.
Eu vou deixar-te volver a minha alma,
porque ela é meu bem mais presente.
Eu vou deixar-te sondar ao meu respeito,
pra refletir sobre como me queres
Vou tocar-te os cabelos molhados
quando se banhares no meu riacho
Eu vou deixar-te emprestar meus ouvidos,
pra que eu possa te acalmar
Quando girares tua mente ansiosa
Eu vou te cuidar
Eu vou te cuidar, meu amor.

Carolina.

domingo, 20 de setembro de 2009

Saudações Lunares

Levante, ergua os olhos ao céu
alcançando as alturas.
O infinito deu tregua e quer se entregar.
E abre um mundo de sonhos
que tem sede e mergulha num rio sem fim sob a luz inten.. saudosa e lunar.


Mostra-me a plenitude da noite,
a tua face,
deleitando sob os meus sentidos
etérea paisagem,
que me alucina, domina,
desvia-me às vias plenas.

E pelo vento induzida,
vem trazendo a eterna leveza,


Por lá estais,
quimeras afáveis.

Carol e Luciano

sábado, 12 de setembro de 2009

Amizade


Senti minhas pernas fraquejarem. Em uma impotência sobrenatural.
Passados uns minutos sondaste-me aflito, com uma sombra na voz, clamando forças aos quais eu precisava conceder-te. Compreendi a fraqueza das minhas pernas. Acho que foi uma horrível sintonia que nossos sentidos tiveram em cumes sobrenaturais.
Quis somente abraçá-lo. E nada de palavras. Quis fazê-lo sentir a essência de Deus diante da vida. Mas escutava somente sua voz, aumentando analogicamente nossas aflições.
Ver-te em olhos perecidos é perecer-me o meu também. E senti-lo amável e maduro diante das circunstâncias cruéis que a vida nos impele...
“Preciso de você.” Escutava em silêncio nos teus olhos.
“Minha querida, havia tantas crianças naquele lugar. Mas elas sempre pareciam felizes, como se suportassem tudo o que lhes aconteciam.”
Sorri serenamente um sorriso singelo.
“ Toma como valor à tua vida tudo isto. E vê que a vida não é esta alusão à própria morte. E que apesar dos encalces, tem sempre uma flor que germina com o tempo. A todo o tempo.”
“Estou sentindo dores nas pernas.”
“Eu também, meu querido. Mas parece que nossas mãos estão sempre entrelaçadas...”

Carol de Abreu

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O Ser

09/09/1992 - Carolina Alves Ferreira de Abreu

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Serenidade


Demorou para que viessem... Mas clamei e até que chegaram, enfim. Era como se necessitasse tê-las à minha alma e incrustá-las em sintonia no papel. As letras são minhas eternas amantes. E também de tudo o que há nos meus olhos.
Necessitava tão demasiadamente! Porque minha alma estava plena como há muito não estava. E nas minhas mãos o toque de uma borboleta...
“Depois de um fúnebre enterro, ressuscitavas com um toque suave nos olhos, com os cabelos volvidos ao vento, como um ser reduzido, mortal, que decifra a vida sem palavras, e que sente o amar nas criações divinas.”
Depois que sentimos o coração relaxado, o destino - este virtuoso - revela-nos tantos fatos verídicos e até mesmo inesperados. Ele é sábio, não tenham dúvidas.
E eu devo dizer-lhes que hoje eu sorri ao vento acariciando as palmeiras à tarde, e ao galo cantando com um ar afoito e bravo, ao ouvir as vozes dos que me completam definitivamente, e desenhá-los em minha mente para que nunca mais se desfaça. Hoje eu sorri porque eu recebi belos presentes que me avivaram o ser, e um deles tão inesperado. Estou feliz pelo fato, e por saber e ter a honra de sentir a beleza que a alma das pessoas possuem em uma tremenda simplicidade.
A todos vocês a minha doação, minha amizade, meu verde amor.

“Vê. Repara bem nos meus olhos.
O resto é algo que não importa.
Sente meu coração oscilar.
Sinta-me. Para que então possas falar-me.
Tudo o que sou paira nos meus olhos
Como um espelho sobre a minha alma.
Assim me disseram...
Meu apego, meu amor por vós, seres.
Minha eterna imperfeição.”

Carol.