quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Ei Mãe,
já sei o que vou ser quando crescer.
E Perdoe-me, se acaso tão cedo
eu morrer.
Não é culpa minha. Nem de ninguém.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Encantamento

Não precisa ir ainda.
A cor do ar sistematicamente muda ao molde seu.
Queres algo mais completo para ver se tu ficas por algum tempo mais?
Não há verdade nenhuma que um grito vicioso de amor para escutares.
Tá tudo bem, tudo em paz, quando as nossas almas se encontram.
Eu? Sou apegada. Eis a verdade.
- Choro tanto de abandono.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal

Que o Natal transcenda em vossas almas a poesia de um dia especial da maneira que cada um o celebre. Que o sorriso de uma criança devolva à sua face o mesmo sorriso. Porque o Natal me lembra muito a infância, um sentimento que deveria estar vivo a todo o momento.
Amo vocês.
Feliz Natal a todos.

Por mim

Eu não sei por que motivo escrevo. Mas diria que é uma forma de expressar um encantamento ou uma imaginação sentimentalista. Talvez eu deva mesclar estas três situações: Encanto/Imaginação/Sentimento. Tudo que escrevo é uma grande mentira, é uma grande verdade. Tudo o que escrevo sou eu. Ali é onde você me reconhece realmente. Não suporto que lhes retirem o perfume das minhas palavras. Se sou uma escrita emblemática, é porque assim deva ser eu, já que sou o espelho do que escrevo. Eu não sei falar muito. É melhor o silêncio na sua afirmação escrito.
Obrigada por estarem sempre por aqui estas almas sensíveis que me amam.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Metade

Composição: Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

- Acabei de escutar. Isto é muito lindo. É uma canção declamada.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Eles Três

Ele é um pedaço da minha alma gêmea. Elas duas são dois corações que andam pendurados e amarrados bem fortes na minha mão, de um jeito tão diferente do meu, mas tão imensamente apreciável de se conviver. Ele é um inconveniente de mãos cheias, grosso, mas algo simples e amável, conhecido tão bem por mim que dá raiva de sê-lo tão fundo. Elas duas são dois risos dos meus desastres absurdos, e mesmo quando sou a mais velha e a mais super protegida, amo-as de um modo concentrado. Ele é o mais difícil, sistemático e cúmplice dos meus crimes, casos, e basta um olhar fundo no meu para entender o que se passa ao redor: Gargalhada. Elas são razões pelas quais se devem sair de casa para passar a tarde falando besteiras, como crianças que sorriem sem pedir licença de alguém, e se todo mundo continuar olhando para a zona, nós nos abraçamos. Ele é o formidável, elas também são. E mesmo quando não me deixaram levar o refrigerante da padaria para casa, continuei amando-os ainda mais.

Para D.,S.,W.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Lembrança

Olhei aquela cara, com os olhos brilhando, dizendo para todos nós um simples:
- Eu amo vocês.
Amarrotei as pontas dos dedos das mãos, com uma emoção vidrada no rosto dele, de alguém pelo qual eu admirava. Emocionei-me pelo fato de constatar a verdade em seu rosto, segurando qualquer lágrima insistente em cair. Nada mais puro do que lhe agradecer pelo modo como fora um tipo de pai para mim e para toda aquela gente. Nada mais simples senão deixar claro e nítido o meu amor.
- É muito bom saber que vocês estão crescendo junto comigo, Carol. Aqui, de volta. Eu tentei fazer tudo o que eu pude, dei o meu máximo.
Não poderia esquecer aquele abraço, as palavras de um cara que foi por todo aquele tempo meu amigo e instrutor. Um abraço tão verdadeiro e simples, ecoando um agradecimento mútuo. Eu poderia ter dito: - Eu também te amo. Mas o silêncio prevaleceu quando eu saí pela porta com um ar de tristeza, na certeza de que tudo vai e nada volta. Mas a sensação de ter feito e dado o meu melhor, de ter fincado no meu peito boas amizades, é algo que o tempo não retira jamais.