quarta-feira, 21 de abril de 2010

Dia

O frio
Tu e o frio
Tu e as letras
E o frio
E nas nuvens
Um fino parágrafo
A chuva
Tu e a chuva
E o Sol
Amanhã
Recebi há pouco tempo.
E estou concedendo o espírito deste poema a todos que puderem ler.
Obrigada.


Existe somente uma idade para ser feliz
Somente
uma época na vida
de cada pessoa em que é possível sonhar
E
fazer planos e ter alegria bastante
para realizá-los
Essa idade
tão fugaz na vida da gente
chama-se PRESENTE.
E tem a duração do
instante que passa

Mario Quintana

sábado, 3 de abril de 2010

Um cuspe no chão
E o cigarro apagado
Jogado na poça de lama
Seus cabelos franzidos
Com as mãos trêmulas
A boca com gosto de bebida
Jaqueta amarrotada de batom
A escada da descida
Escorregadia e sem aopio
Os olhos seus longe demais
Para atentar este perigo

Ficara jogado às mãos
Sedutora a abrir as cortinas
Volvendo-lhes a luz de oito da noite
Onde a loucura ainda acontece
Lá fora e ali dentro
Último suspiro colossal e ardente
Partindo-se de dentro um som que induz
Cheiro de fumaça e álcool na almofada
E o barulho das garrafas pisadas
Misturando-se a dos corpos
Premente e incluso

Último suspiro colossal e ardente
Beijos mãos abraços
E a vossa solidão
Desmanchando-se os olhos
Em convulsivos choros
E a necessidade das mãos afastadas
A perca repentina dos membros
E da alma interrupta de sonhos
A perca da criança matura - o Amor.

Aguardente

Tenho andado os últimos dias tão enfurnada neste quarto, que a solidáo virou costume comedido por entre minha sanidade estúpida ou desejos desamparados e autônomas inconstâncias. Os dedos meus surgem em vossas vistas calejados, e a tinta da caneta, acabada. Meu coração está em carne viva. Os pingos da chuva que hoje rolaram delicadamente, como uma poesia espasma, soaram saudosos nos ouvidos meu, como quem sussurrasse palavras menores cobertas de histórias contrárias. Uma friagem convulsiva espalhando-se pelos pés. As mãos alternavam. E na face um cansaço forçado, alheio e desconvicto dos fatos. O sopro da guitarra no blues, entorpecente e sensual. Lembrança da forma nua. Lembrança do meu apelo e embaraço. Minha solidão inacabável e necessária. Reconhecer-me-ia.