quarta-feira, 10 de junho de 2009

ESFERA


I

Suspendeu-me
Retraindo uma nota
de uma melodia bela
Como se fosse a última vez

-Que tocar-se-iam.

Havia cheiro de flores
em sua pele astral
E um silêncio aguço
perpassado pelos estalos dos lábios

Consumi à última gota
Como um gole insaciável
Tua saliva beirando à loucura
Anseios à identidade informal

Pulsando as cores
e desdobrando a escuridão

II

Converse à sombra quente que te afaga

Pressinto neste historiar tua fonte
A dor presente na escada
E um sangrar que não mata. -Não matou.

Toma um braço meio estranho
E deixo-o te encaminhar para todo o sempre
Estreitando nossa proximidade

Converse à sombra que te afague
E aonde for poetizar
Encarcera-me no teu brandir de anseios

Quando não pressentir uma amnésia daquelas melodias

Carol de Abreu

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