quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Estrela Vagabunda


Perdoem-me desde já o louco canto tímido que ecoa no meu peito. Feito um grito embaraçoso que não é posto para fora. Que merda!
Timidez, esta incômoda que dorme acanhada nos meus braços feito fonte de necessidade.
Ó coração, que tristeza mesmo que és tu. Transpõem-se assim tão nu e escondido ali, em um dos cantos da casa. Não tens membros para se apoiar? Pena que não respondes nunca. E quando me responde traz sempre nós de gente que não sabem o que desejam. E como eu os desejaria. E mesmo assim nunca morres.
Perdoe-me tu, minha mãe, o meu sonhar mais estranho de coisas distantes e tão utópicas. Mas se o Criador gerou-me para que o teu ventre me concebesse assim, é por que assim tem de ser. Perdoe-me o egoísmo que mata os seres, ou uns aos outros. Perdoe-me os meus olhos sempre acanhados e dispersos e sonhadores.
Perdoem-me os seres que vivem à cerca dos ares, que os assolam os homens, que os liquidam entre a mais singela beleza da mãe Natura e os destroços dos ventos criados para destruição. Perdoem-me meus seres Divinos.
Veja só como os barulhos dos carros são tão altos aqui. E isto dilacera as almas. Não gostaria que sentisses medo, eu nunca largarei da tua mão, embora possas tu largar da minha. É como acontece. Traumas.
Inconstância esta. Desnecessária. Será que ninguém absorve amor algum, mesmo ingênuo e fraco? Será que ninguém absorve amor algum?
Perdoem-me este fato, e como é gerado isto tudo dentro de mim. Meu amor é infinito e demasiado e sempre chora. Sempre. E já me tenho por um cansaço que mora aqui dentro de mim. Feito a poesia que aquele senhor barbado ousou conceituar-me. Não sou um ser merecedor deste acaso.
Somente sou um farejar de sonhos e histórias inacabáveis de amor. Sou um astro vagabundo que pinta as paredes de vermelho, enquanto fogem para longe dos meus trilhos.
Gosto sim do meu sorriso, não me chame de hipócrita, ele é o que há de mais terno na minha face. Volto a ser menino pequeno.

- Acorde-me já, com o acorde menor do violão banhando em minhas retinas o brilho sistemático que me reduz deste mundo ao mundo de Deus. Melodias.

Ei, Cara, eu tenho tanta coisa boa na minha vida. Muito obrigada por isso. E por toda luz possível.

Um comentário:

  1. Deixa eu segurar tua mão. Não me importarei com teu egoísmo, teus olhos dispersos e qualquer um dos teus defeitos. Também não largarei da tua mão.
    Tuas escritas sempre sugerem acordes menores mesmos. Lembra que te falei que eles combinam com melodias singelas e até mesmo tristes?
    Melodias para reflexão!
    Estarei aqui sempre, para te apoiar quando as pernas falharem.

    ResponderExcluir